Star Wars: Guia para um Despertar da Força (para não fãs)

Se quer saber, não tudo mas o essencial para não fazer má figura, sobre o novo Star Wars (estreia a 17 de dezembro, se não sabia não comente), evite perguntar aos seus amigos nerds. O André do À Paisana explica-lhe tudo com paciência e sem lhe revirar os olhos.

Como todas as pessoas que não vivem debaixo de pedras sabem, estamos a poucos dias da estreia do novo Star Wars: The Force Awakens. Pensei assinalar a ocasião com um guia Star Wars para fãs: tudo o que sabemos (ou não) sobre o novo filme, as análises aos trailers, as imagens. Depois cheguei à conclusão que os fãs já devem ter visto os trailers todos, debatido sobre a especulação nos melhores sites internacionais e comprado bilhete para a 00h01 de dia 17 de Dezembro (presente!).

Portanto decidi fazer um guia de perguntas-respostas para pessoas que não são fãs, ou que até gostam da Guerra das Estrelas mas não percebem a histeria, ou, simplesmente, que gostam de ler guias na Internet.

Entretanto descobri que o Nuno Markl fez uma coisa parecida para a Visão. Pensei mandar o post para o lixo, mas acho que o meu guia é bem melhor (ou, pelo menos, é mais sucinto, e tem gifs).

Vai estrear um novo filme "Star Wars"? O que é que isso quer dizer?

Quer dizer vai estrear o sétimo capítulo cinematográfico da saga mais importante da história do cinema comercial – Star Wars: The Force Awakens, ou Star Wars: O Despertar da Força. E já passaram 10 anos desde a última estreia de um filme Star Wars nos cinemas, o que significa que há muita excitação nerd acumulada no ar.

Mas porquê a excitação? O que têm estes filmes que põem pessoas adultas a chorar?

A importância da Guerra das Estrelas no imaginário colectivo está, sobretudo, relacionada com o impacto que estes filmes tiveram na infância das pessoas que nasceram depois dos anos 70 do século passado. Isso e o número de bonecos que venderam. Os primeiros três filmes Star Wars são uma combinação quase perfeita do efeito mágico e comercial do cinema, com uma história passada “há muito tempo numa galáxia distante, muito distante”.

Está certo que os filmes deram origem a uma máquina comercial imparável, que amplificou o fenómeno brutalmente, mas também porque – na sua essência – são uma epopeia espacial que nos transporta para um universo novo, com uma estética que deixa marcas profundas no imaginário de qualquer criança (sabres de luz, o melhor vilão de sempre, naves super rápidas) e onde ressoam os grandes temas da Humanidade (roubados inspirados nos mitos clássicos, no cinema de aventura, nos westerns, cinema japonês, etc.)

Alguém muito próximo de mim quer convencer-me a ver este filme, mas eu detesto ficção científica – deixo de atender o telefone?

Não. As boas notícias são que, embora tenha lugar no espaço, dizer que Star Wars é “Ficção Científica” é um pouco ofensivo para a definição mais purista do género, como popularizada por filmes como “2001: Odisseia no Espaço” ou “Blade Runner”. Existe alguma ficção científica na Guerra das Estrelas, mas o tom geral dos filmes é algo entre a aventura épica e acção. Há quem lhe chame “Space Opera”.

Tenho de ter visto (ou ver outra vez) os outros para perceber o filme? Isto tem números, não é?

Não, e sim. Esta é a sétima longa-metragem Star Wars a ser produzida para o cinema e, ao mesmo tempo, o Episódio VII da história. Até agora esta coincidência não tinha acontecido, porque os primeiros três filmes a serem feitos foram os episódios IV, V e VI (entre 1977 e 1983). No final dos anos 90, início do milénio, apareceram as prequelas: os não muito bons I, II, e III. Os três grupos de episódios são todos passados em períodos de tempo diferentes, portanto o Episódio 7 marca o início de uma nova parte da história.

De acordo com o realizador, o Despertar da Força é um “standalone movie“, portanto tem um início, meio e fim. Claro que é recomendável saber o que se passou antes, mas para alguém que quer só ir ver um filme ao cinema, não deve haver problema.

Ok, mas se descontarmos o efeito “a Guerra das Estrelas sequestrou-me a infância e o sentido crítico”, estes filmes são bons? Um adulto funcional gosta disto?

Depende da qualidade deste filme, que ainda não estreou, mas as probabilidades de ser um bom filme são elevadas. Cinematograficamente, os dois primeiros são quase irrepreensíveis (Ep IV – Guerras das Estrelas e Ep V – Império Contra-Ataca). O “Império” envelheceu melhor, mas o primeiro Star Wars é pioneiro numa série de coisas. O ep. VI – Regresso de Jedi (devia ser "dos", mas enfim) já está uns furos abaixo, mas continua no patamar do aceitável. Nos outros três (Episódios I a III), a coisa complica-se. O primeiro é terrível, o segundo é sofrível, e o terceiro vê-se com um pouco de mais conforto.

Além disso, este novo filme é realizado pelo JJ Abrams, que esteve muito bem no relançamento do Star Trek e produziu o Lost. Se gostam de filmes de acção ou aventura, podemos estar perante uma das melhores coisas deste ano, dentro do género.

As crianças podem ver isto?

O Despertar da Força vem com uma classificação de PG-13 no sistema americano, o que quer dizer que o filme não deve ser muito recomendável para crianças com menos de 10, 11 anos. Sobre os filmes originais (e a melhor ordem para ver a saga Star Wars) já escrevi aqui e aqui.

 

Post original, com gifs animados, aqui.

Ver também: Tudo sobre o Star Wars no À Paisana

 

O autor e o blogue
No início de 2013, poucos meses após o nascimento do seu primeiro filho, André Lapa lançou o blogue À Paisana. Desde a decisão de ser pai até aos “mexican reports” que vão dando conta da evolução do bebé (conhecido, vá-se lá saber porquê, como Mexicano), este é um blogue sobre a aventura de ser pai. Ou qualquer coisa do género. Update: o tempo passou, o André achou que precisava de mais ideias para escrever, e apareceu a «Xica». É verdade, o «Mexicano» já tem uma mana para o atazanar, e o André já devia saber no que se metia.
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Por André Lapa / À Paisana 2015-12-16

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