Para quem é o Dia dos Namorados?

Como é que cada tipo de casal (ou não casal) encara o 14 de Fevereiro? Casados, solteiros, encalhados, namorados, amantes... ninguém está a salvo da análise do André. Reclamações é favor dirigir ao blogue À Paisana. Feliz São Valentim!

Ia escrever um texto sobre a dificuldade (ou a impossibilidade) de se namorar quando se tem filhos bebés, mas quando estava a pensar em assuntos relacionados com discos absorventes para seios lactantes, e concluir que o Dia dos Namorados não é para pais de bebés, achei que havia uma questão mais interessante: para quem é que é exactamente o dia dos namorados?

Há uma ideia generalizada que o dia de S. Valentim é para todos os casais, todos os apaixonados, novos e velhos (e para vender cartões com ursinhos e corações, claro). Mas, mesmo assim, cada um celebra o dia de maneira diferente, vejamos.

Casais adolescentes: Os adolescentes são grandes adeptos do Dia dos Namorados, porque nessa idade qualquer pretexto para namorar é um bom pretexto. São o segmento que mais deve oferecer peluches. Os peluches são um óptimo presente entre namorados, porque quando se acaba a relação podemos sempre queimar o animal (o peluche), o que ajuda ao processo de recuperação.

Casais no fim da adolescência: Normalmente é nesta fase que aparece aquela primeira relação séria e chata, em que as pessoas ainda acreditam em almas gémeas (um conceito cientificamente impossível) e usam anéis de namoro. Um grupo de pessoas a evitar, ou seja, é melhor ficar longe de buffets de sushi.

Solteiros: O Dia dos Namorados pode ser uma óptima oportunidade para sair com alguém em que se está interessado. É só usar a deixa do: “não te vou deixar sozinha no dia dos namorados, ah ah!”. O problema é se a pessoa responde “não vou estar sozinha, vou ao sushi com o meu namorado”. Aí é uma óptima oportunidade para ficar em casa e poupar dinheiro, que a vida está cara.

"Encalhados": São diferentes dos solteiros porque são obcecados com o facto de estarem sozinhos no Dia dos Namorados. Acho que todos conhecemos estas pessoas. Passam uma semana inteira a lembrar toda a gente que não têm ninguém para passar o Dia dos Namorados. Ninguém os convida para sair porque ninguém gosta de pessoas desesperadas.

Casais em início de relação (ou com relações mal definidas): o Dia dos Namorados pode ser uma péssima oportunidade para ter de se clarificar uma relação que não é carne nem é peixe, conferindo-lhe um estatuto de namoro oficial. “Este pode ser o fim de uma bela amizade colorida”, vão pensar alguns.

Jovens casais sem filhos: não que um jovem casal precise de pretextos, mas é sempre uma boa desculpa para sair de casa, jantar bem e beber uns copos de vinho. É provável que não gastem dinheiro em peluches ou cartões, que o vinho está caro.

Casais mais velhos: Há muitas pessoas mais velhas que celebram o Dia dos Namorados, e é óptimo que se mantenha o romance numa relação. Só é pena que seja com amantes, mas os floristas e joalheiros agradecem.
Casais com filhos bebés: Nos últimos cinco meses, a única vez que consegui ter um "momento de namoro" com a minha mulher foi percorrer cinquenta metros na rua de mãos dadas. Eu estava a regressar a casa do trabalho e ela a voltar do supermercado, enquanto a minha filha bebé rebentava os tímpanos à avó. Valeu a pena. Mas não lhe vou comprar nenhum cartão.

 

O autor e o blogue
No início de 2013, poucos meses após o nascimento do seu primeiro filho, André Lapa lançou o blogue À Paisana. Desde a decisão de ser pai até aos “mexican reports” que vão dando conta da evolução do bebé (conhecido, vá-se lá saber porquê, como Mexicano), este é um blogue sobre a aventura de ser pai. Ou qualquer coisa do género. Update: o tempo passou, o André achou que precisava de mais ideias para escrever, e apareceu a «Xica». É verdade, o «Mexicano» já tem uma mana para o atazanar, e o André já devia saber no que se metia.
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