EXPERIÊNCIA #73 – Portugal dos Pequenitos

«Querida, encolhi os monumentos!»

«À volta de um pavilhão central (...) acumulam-se múltiplas construções (vivendas, casas rurais, moinhos, lagares, estábulos) proporcionais à estatura de crianças da segunda infância, sendo algumas a miniatura de monumentos conhecidos». Sant’Anna Dionísio, escritor.

É o primeiro parque temático português, construído numa época em que o conceito ainda nem sequer tinha sido enunciado. Cassiano Branco, um dos mais criativos arquitectos portugueses da primeira metade do século XX, idealizou um espaço para os mais novos, pensado para divertir e instruir.
Inaugurado há mais de meio século, continua a fascinar, ainda que alguns dos pressupostos em que assentava tenham mudado drasticamente. É o caso da zona dedicada às antigas colónias portuguesa, agora países independentes, ali reduzidos a uma mera dimensão etnográfica. Em contrapartida, a evocação dos monumentos portugueses continua a funcionar em pleno. É como um «empadão de património», em que a janela do Convento de Cristo, o castelo de Guimarães ou o mosteiro da Batalha aparecem lado a lado, como peças de um gigantesco quebra-cabeças.
Onde os mais pequenos, porventura, mais se divertirão é com as mini-casas, representativas da arquitectura das diferentes regiões (ou da ideia que o projectista tinha a esse respeito), onde uma criança de seis anos se sente como Gulliver na terra dos anões. Dando uma nota de modernidade, uma nova zona, o Relógio de Sol, dedicada à animação pedagógica e à divulgação científica.

CURIOSIDADES

Um parque temático que não acusa a idade – Inaugurado a 8 de Junho de 1940, o Portugal dos Pequenitos envelheceu bem, continuando a fascinar os jovens de todas as idades. A primeira zona a ter sido concluída é a das mini-casas, representativas dos vários tipos de arquitectura regional. É contemporânea da inauguração, bem como a miscelânea de monumentos de Coimbra. Este caleidoscópio de monumentos foi, depois, alargado à escala nacional. Inclui uma réplica da janela manuelina do Convento de Cristo (Tomar) de mestre Valentim de Azevedo. A última fase do projecto de Cassiano Branco abrangeu a evocação do império colonial luso. A partir de 1997, a Fundação Bissaia Barreto, proprietária do parque, começou a instalar pequenos museus nalguns dos pavilhões da área monumental, dedicados à evolução dos trajes, miniaturas de navios, mobiliário, etc. O Relógio de Sol, do arq. João Paulo Conceição remonta a 2003.

Mosteiro salvo das águas – Mesmo ao lado do Portugal dos Pequenitos, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha espera por uma visita, bastando atravessar a rua. Obra de raiz gótica, tem a curiosidade de ter passado a maior parte da sua vida submerso pelas lamas do vizinho rio Mondego. Uma obra pioneira de engenharia e de restauro levou à consolidação do monumento e criou condições para este poder ser apreciado devidamente. Uma das curiosidades deste templo, mandado construir pela rainha Santa Isabel (que aqui chegou a estar sepultada), foi o acrescento de um piso intermédio quando as cheias do Mondego começarm a provocar o afundamento da construção no lodo. As cheias começaram a inundar o mosteiro logo em 1332, um ano depois de ter ficado pronto. As freiras clarissas abandonam defintivamente o mosteiro em 1677, sendo trasladados os restos de D. Isabel de Aragão para o novo mosteiro de Santa Clara-a-Nova, a meia encosta. Contudo, a solidez da construção permitiu que sobrevivesse até hoje.

INFORMAÇÕES

Portugal dos Pequenitos
Largo do Rossio - Santa Clara
Coimbra
Tel.: 239 441 225 
www.portugaldospequenitos.pt  

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